Modelo Para Construção de Cursos à Distância: Desenvolvimento
Caso ainda não tenha lido, recomendo o texto "Modelo Para Construção de Cursos à Distância: Design"
A fase de desenvolvimento abrange a produção do conteúdo, adaptação do material instrucional, produção das mídias e a viabilização dos recursos (PINHEIRO, 2002). Segundo Bittencourt (1999), é nessa fase que todo o material é desenvolvido, que as ferramentas são configuradas e disponibilizadas e que os recursos necessários são viabilizados. A autora atenta que nesta fase é necessária atenção aos prazos e, principalmente, atenção na qualidade do desenvolvimento e na “identidade visual” do material quanto à linguagem, forma e aparência.
A produção e adaptação do material devem estar adequadas à realidade da educação à distância, com uma linguagem de acordo com as características do público-alvo, com textos objetivos, claros e com exemplos práticos (PINHEIRO, 2002). Conforme já citado anteriormente, o MEC (2007) a fim de garantir a qualidade do curso, recomenda que todo o planejamento deva atender à realidade e as especificidades da educação a distância.
A montagem e configuração de ferramentas e do Ambiente Virtual de Aprendizagem devem ser feita por um profissional especialista. Pinheiro (2002) orienta para que sejam criados manuais de operações e para que os processos de instalação e configuração sejam documentados, assim, em um caso de emergência é possível refazer e restaurar todas as configurações.
O Ministério da Educação (2007) – MEC – enfatiza que para garantir a qualidade da produção dos materiais é necessário garantir a integração das diferentes mídias, procurando integrar todos os materiais – impressos, digitais, radiofônicos, televisivos – para favorecer a interação entres os alunos e a construção do conhecimento. O MEC (2007) também recomenda que seja desenvolvido um Guia Geral do Curso - impresso e/ou em formato digital, que informe às características da educação à distância, as regras, orientações e informações gerais do curso, a organização dos materiais, as formas de interação com professores, tutores e colegas e apresentação do sistema de acompanhamento, avaliação e demais informações que garanta a segurança durante o processo educacional.
A produção dos materiais pode ser feita por empresas especializadas em mídias especificas ou pela própria equipe. Estas, quando desenvolvidas por terceiros, consomem a maior parte do orçamento (FILATRO, 2008). No entanto, embora a produção do conteúdo possa ser feita pela própria equipe, ou por terceiro, é importante que o conteúdo seja analisado e siga alguns princípios teóricos referentes à produção e design de conteúdo.
Princípios de desenvolvimento e uso de conteúdo multimídia no aprendizado
O desenvolvimento de conteúdo em formato multimídia, com foco no aprendizado, envolve aspectos cognitivos que ignorados ou potencializados podem determinar a eficácia dos objetivos de aprendizagem (FILATRO 2008).
No desenvolvimento dos materiais deve-se atentar para alguns princípios cognitivos que facilite, estimule a aprendizagem e que consiga deter a atenção do aluno para itens importantes. Filatro (2008), com base em um estudo sobre a teoria de aprendizagem cognitiva apresenta sete princípios para desenvolvimento de conteúdo em formato multimídias:
- Princípio da multimídia: o conteúdo deve combinar textos escritos ou falados com imagens, e não apenas um ou outro. Deve ser utilizado conteúdo verbal e não-verbal, a combinação permite maior aprendizagem.
- Princípio da proximidade espacial: texto, imagens e gráficos relacionados devem ser posicionados próximos na apresentação do conteúdo. Gráficos devem ficar próximos de sua respectiva legenda ou descrição, formando um único elemento, e não distantes de modo a dificultar o entendimento.
- Princípio da coerência: somente informações importantes devem ser apresentadas. Textos, imagens ou sons que não contribuam e que não sejam relevantes devem ser excluídos.
- Princípio da modalidade: imagens e animações devem preferencialmente ser acompanhadas por áudios, assim, utiliza-se a audição e evita que o aluno utilize somente sua visão para aprender.
- Princípio da redundância: conteúdos redundantes ou que possam ser apresentados utilizando somente uma fonte de informações devem ser excluídas. Informações repetidas mesmo sendo com linguagens diferentes, linguagem verbal e não-verbal, devem ser eliminadas.
- Princípio da personalização: a linguagem informal e mais pessoal, dirigida diretamente ao aluno, facilita a aprendizagem.
- Princípio da prática: o conteúdo deve expor conceitos e atividades práticas, que o aluno possa praticar o que está sendo apresentado.
Bittencourt (1999) chama atenção para a qualidade do material desenvolvido, que impacta diretamente o sucesso da proposta. Devido a essa fase envolver diversos profissionais e até terceiros é importante está atento ao acompanhamento pedagógico, aos prazos, à integração da equipe e qualidade dos processos.
A próxima fase – implementação – consiste na publicação do material produzido nessa última.
Continue a leitura com o texto "Modelo Para Construção de Cursos à Distância: Implementação"
Referências: