e-Gov, IHC e AI: relação e importância
Há mais de uma década, o Governo Brasileiro almeja uma tecnologia que melhore a qualidade dos serviços e dos processos, a participação dos cidadãos e, principalmente, crie um novo tipo de relacionamento com o público.
No Brasil, atualmente, segundo o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), a internet é a principal forma de acesso ao governo eletrônico. Entretanto, a situação atual dos websites governamentais, apresentada por pesquisas e estudos, é preocupante. O Centro de Estudos em Tecnologia de Informação para Governo, da Fundação Getúlio Vargas (TecGov), e a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) evidenciaram a falta de qualidade dos websites de governos eletrônicos municipais por meio de uma pesquisa realizada, em 2007, em 448 cidades do Brasil, que avaliou o website ideal utilizando-se de uma escala de 0 a 10: a melhor nota foi de 3,58.
Outra pesquisa, realizada pelo CETIC.br, em 2010, sobre a utilização de tecnologia no governo, apontou que: 48% dos usuários não consegue encontrar a informação desejada; 35% não consegue encontrar o serviço desejado e 35% afirmam haver excesso de conteúdo irrelevante. A CETIC.br (2010) concluiu, diante da análise dos resultados, que há necessidade de melhoria nas interfaces, de modo que elas se tornem simples e intuitivas, a fim de favorecer usuários que possuem pouca familiaridade no uso da Internet.
O Grupo de Interesse em Governo Eletrônico (2009) da W3C trata a situação atual como uma “crise do governo eletrônico”, e enfatiza a necessidade dos websites de governos serem focado nos cidadãos, para que as informações e serviços sejam fáceis de encontrar, disponíveis, acessíveis, compreensíveis e utilizáveis.
As pesquisas apontam a falta de usabilidade dos governos eletrônicos, mais especificamente a dificuldade em encontrar as informações e/ ou serviços desejados. Por isso, a fim de entender esse problema, faz-se necessário entender os principais conceitos e teorias de IHC, no intuito de entender os fenômenos envolvidos na interação de usuários com sistemas. Entretanto, para compreender os problemas específicos de governo eletrônico pela internet – dificuldades em encontrar informação -, faz-se necessário conhecer conceitos de arquitetura de informação.